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Trabalhar a terra é o caminho

O projecto visa impulsionar o desenvolvimento económico e social da região da Quiminha, através de investimentos em infra-estruturas, exploração agrícola familiar, criação de empresas de produção intensiva e instalações industriais de apoio à produção agrícola.
Neste sentido, estão a ser construídas infra-estruturas para o sistema de captação, transporte e abastecimento de água, um centro logístico e redes viária e eléctrica, bem como a construção de 300 casas para produtores familiares e dez casas para professores, técnicos agrícolas, enfermeiros e um Centro de Formação e Gestão Agrícola.
Em construção está também um centro social integrado de escola, posto médico, jardim-de-infância, instalações desportivas e instalação de apoio à produção, constituída por oficina, armazéns, pavilhões de hortícolas e de selecção e empacotamento de produtos.
O Presidente da República constatou que as 300 explorações agrícolas e familiares possuem cada uma um lote irrigado de um hectare por família e uma estufa com uma área de 500 metros quadrados para a produção intensiva de hortícolas.
As empresas agrícolas vão ter uma área de 900 hectares de irrigação, que possibilita uma produção aproximada de 25 mil toneladas/ano de produtos hortícolas diversos.
Além disso, estão em construção duas naves industriais com capacidade para criação de 15 mil aves cada e mais três naves para produção de 21 milhões de ovos por ano. O Presidente José Eduardo dos Santos durante a sua visita foi informado que o projecto agrícola da Quiminha prevê a geração de cerca de dois mil empregos directos e mais de quatro mil empregos indirectos.

Icolo e Bengo emerge

Esta é a segunda vez em menos de um mês que o Presidente José Eduardo dos Santos se desloca ao município de Icolo e Bengo. A 26 de Outubro visitou as obras do novo Aeroporto Internacional de Luanda, onde recebeu garantias de que o empreendimento, uma grandiosidade arquitectónica quase sem rival em África, está pronto a operar no primeiro semestre de 2017. Pela dimensão, envergadura e complexidade das obras, assim como pelos números do seu orçamento, o projecto integrado de desenvolvimento agrícola da Quiminha tem tudo para assumir uma posição de relevo no cômputo do PIB angolano e promete ser um reforço de peso na estratégia do Governo de diversificar e aumentar a produção local e reduzir o peso do petróleo na economia nacional.
Quiminha tem também uma componente social forte. O projecto vai beneficiar 300 famílias que, segundo apurou a reportagem do Jornal de Angola, começam a receber em Fevereiro de 2016 as suas casas e respectivas parcelas de terreno, infra-estruturadas e prontas para trabalhar.

Quem são as famílias

Sobre as famílias que vão beneficiar do projecto, a nossa reportagem ouviu o secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Tati, que deixou claro: grande parte do espaço onde foi instalado o projecto tinha os seus ocupantes, na maioria famílias camponesas historicamente ligadas à região, que vão ter primazia no processo de atribuição das casas.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura, os futuros beneficiários são pessoas com quem foram, inclusive, celebrados acordos que permitiram desenvolver o projecto. “São historicamente ligadas a essa zona. Estão devidamente catalogadas e é para elas que vai a nossa prioridade”, disse Amaro Tati. Ali vai ser possível desenvolver agricultura com quase total autonomia, já que estão a ser criadas condições para que as famílias tenham acesso à terra, água e ração. O projecto inclui a componente formativa. Está em fase de acabamento o centro de formação agrícola, onde vai ser possível aprender com especialistas soluções modernas para desenvolver projectos agrícolas.

Energia está garantida

A reportagem do Jornal de Angola ouviu o ministro da Energia e Águas, que acompanhou a delegação presidencial na visita de campo ao projecto integrado de desenvolvimento agrícola da Quiminha.
João Baptista Borges afirmou que o projecto tem garantido o abastecimento em energia eléctrica e que vai ainda ser reforçado, já na fase de desenvolvimento, com energia proveniente da futura central de ciclo combinado do Soyo, através das linhas de alta tensão que vêm de Cacuaco para Viana.

Barragem da Quiminha

A ocasião serviu para falar de um projecto do sector, a Barragem da Quiminha, que é de grande importância para o desenvolvimento da agricultura na região. Estrutura antiga e actualmente inoperante, foi criada com o objectivo de regular os níveis de água das lagoas da Laláma e da Quilunda, a jusante, e para o abastecimento da estação de captação da EPAL, em Quifangondo, uma vez que Luanda também se abastece de água do rio Bengo.
Hoje a Barragem da Quiminha tem os sistemas hidromecânicos inoperantes, o que impede de armazenar água na época de chuva, para deixar passar no período seco, permitindo recuperar os níveis das lagoas.
Segundo o ministro, existe um projecto para reabilitar os sistemas hidromecânicos que vão permitir devolver a função inicial da barragem, que é regular o caudal do rio Bengo. Os 1,560 mil milhões de metros cúbicos de água na albufeira da Quiminha resolvem o problema para a irrigação de 55 mil hectares na região.
João Baptista Borges adiantou à nossa reportagem que, além da recuperação dos sistemas hidromecânicos, está prevista a motorização da Barragem da Quiminha. “Vão ser instaladas duas turbinas de oito MW, que vão resultar em 16 MW para atender as necessidades de consumo de energia em toda a região”, disse o ministro, sublinhando que este projecto, que ainda carece de financiamento, é coordenado pelo Ministério da Construção e acompanhado pelo Ministério da Energia.

Peso pesado

Aprovado em Conselho de Ministros em 2010, o Projecto Integrado de Desenvolvimento Agrícola da Quiminha começou a ser executado apenas dois anos depois, precisamente em Janeiro de 2012, numa área de cerca de cinco mil hectares, o que equivale a cinco mil campos de futebol. A área total abrange a comuna de Cabiri, entre as localidades de Banza Quitele e Banza Yeto, até à comuna de Bom Jesus, nos quilómetros 36 e 44.
O projecto Quiminha é o mais emblemático da carteira de investimentos públicos do sector da Agricultura, quer pela envergadura das infra-estruturas em construção, quer pela complexidade técnica que encerra e pelo volume de recursos que envolve.
Avaliado em mais de cem milhões de dólares, o Projecto de Desenvolvimento Agrícola da Quiminha tem uma estrutura de financiamento assegurada com recursos ordinários do Estado e uma linha de financiamento proporcionada por um sindicato de bancos, que tem à testa o Banco ING da Holanda.
A primeira etapa do projecto compreendeu a construção de moradias de tipologia T3, fazendas agrícolas familiares, estufas, centro cívico, duas escolas com 12 salas de aulas, creches, supermercado, jango comunitário, quadras desportivas, campo de futebol, banco comercial, centro de formação agrícola e suas dependências.

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  • 24/11/2015
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