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Obras financiadas com 'eurobonds' angolanas vão ser monitorizados

De acordo com informação disponibilizada hoje à Lusa pelo Ministério das Finanças angolano, a seleção da Aurecon Angola foi feita através de concurso público internacional e a empresa "atuará como assessor técnico responsável pela preparação dos projetos, análises, relatórios e validação dos documentos de suporte ao pagamento dos projetos contratados".

A mesma informação acrescenta que foram selecionados 15 projetos de investimento público de infraestruturas, afetos ao Ministério da Energia e Águas e ao Ministério da Construção, "que deverão beneficiar do financiamento proveniente do recurso às emissões de 'eurobonds'".

Além de Angola e das sedes na Austrália e na África do Sul, a consultora Aurecon está presente em mais 21 países, incluindo Moçambique.

Esta foi a primeira emissão do género feita pelo Estado angolano, de títulos de dívida pública em moeda estrangeira, pagando então juros de 9,5%, a liquidar aos dias 12 de maio e 12 de novembro de cada ano.

A Lusa noticiou a 21 de junho que esta operação, feita no mercado internacional, deveria financiar a expansão da rede elétrica e a construção de 21 novos sistemas de abastecimento de água, segundo despachos presidenciais.

Além do financiamento do Estado, esta emissão de dívida soberana nacional em moeda diferente da do país emitente ('eurobonds'), anunciou anteriormente o Governo, permitiu o reforço das reservas internacionais angolanas, necessárias à importação de bens alimentares e matéria-prima.

A operação foi distribuída, entre outros, por investidores norte-americanos e europeus, como gestores de fundos, bancos ou fundos de pensão, tendo garantido a emissão de 1.492.500.000 dólares (1.370 milhões de euros).

O interesse dos investidores na primeira emissão do género feita por Angola ultrapassou cinco vezes o montante que o país pretendia colocar.

Angola enfrenta desde o final de 2014 uma forte crise financeira e económica, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo de recorrer à emissão de dívida pública para manter em curso os projetos de reconstrução nacional.

Angola fixou um prazo de dez anos de maturidade - pagamento do montante financiado - para "criar uma forte referência que combinou com a sua preferência por duração, consistente com o uso das receitas para fins de infraestrutura".

O norte-americano Goldman Sachs International atuou como líder do consórcio de bancos que estruturou a operação, que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.

  • noticiasaominuto.com
  • 27/03/2017
    • Angola
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